Olhando para trás

Quando estou entre as coisas do passado, sentindo o peso de anos nelas acumulado, o meu ser dispõe-se a ausentar-se. Nelas, agora, já não sou eu, sou o que era. Ventos de outras épocas que me trouxeram este meu outro. Vejo-me à minha frente, a dizer-me “vem brincar comigo”.

É uma paisagem onde a cor se desvanece com a distância. Até no chão que piso uma névoa separa-o de mim. (É a distância vista na névoa que o separa de mim.)

“Vem brincar comigo. Vamos a uma viagem.” Acordam os brinquedos todos espalhados por todo o lado, e começam a marchar. Soam as trombetas. Em fila avançam para a batalha de ambição heroica que definiu a ambição de uma criança. Em fila passam e deixam marco na paisagem. As cores dos brinquedos tomam o centro; as da paisagem seguem-nas, separando-se das formas para o qual estão agarradas, diluindo-as. Uma paisagem toda que se enrola e serpenteia num comboio avançando no seu rumo, e eu lá vi a minha criança liderando, apitando o veículo. Lá o vi sorrindo, era todo ele brincadeira. Lá o vi a seguir o seu rumo e a desaparecer na névoa.


1 comentário/s:

  1. fiwipa

    haha digamos k voltaste a ser criança xD gosteii xD
    e da parte do " vamos brincar " e muita pekeno xD
    haha
    tou a brincar esta giro sim senhor tem sentimentoo :D

     

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