Viver com os nossos sonhos

Se a realidade é obrigatória para "vivermos", qual é a importância do sonho? O que se pode dizer daqueles que muito gostam de sonhar?

Saber viver com os nossos sonhos não me significa nada mais senão deixa-los pintar o nosso estado de espírito do dia-a-dia, colorir a perspectiva de vida que temos, deixar a nossa imaginação respirar fundo.

Há aqueles que sonham de menos - por receio de se encontrarem a fugir demasiado da realidade; ou aqueles que nos culpam de preguiça, "escapismo" ou até fraqueza, por sonharmos demasiado. Sonho e realidade contrastam-se, opõem-se até, verdade. Mas é exactamente este conflito que nos dá motivação para concretizar o que nos vai na mente, implementar na realidade o que desejamos dentro de nós. Isto não nos torna "escapistas". E esta força de motivação que ganhamos a sonhar - isto não nos torna fracos.

Viver com os nossos sonhos é deixa-los livres na nossa realidade.

Dreaming

~Isto começou como comentário a um outro blogue, mas decidi aqui o pôr também.~


Everything we dream tell us greatly about ourselves: what we are, what we wish to be; but in a way that reality by itself would not be enough to express.

And so to dream is nothing more but to let fly our own's reflection from those very cages of reality, to take us into the realm of fantasy - the ultimate form of expression.

Care not when others accuse you, dreamer, for dreaming; you are merely watching youself deeper.

MyPersonality

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95% introvertido, que bom... Não foi um resultado um pouco para o extremo, nem nada. =P

Para quem quiser também experimentar, o directório é:
http://www.mypersonality.info/

Excerto da minha história

Bem, aqui vai um excerto da minha história, tirado algures de um dos capítulos iniciais. Nada muito de especial em relação ao que acontece na história; é só mais para demonstrar a minha maneira de escrever.

"Um calmo estalar de chamas fez-se ouvir. Folhas dançavam ao rumor do ar, este que, roçando-se no seu corpo, ali com suavidade desvanecia. Abriu os olhos, e sob ela surgiam gigantes árvores que ondeavam de tons de laranja e amarelo, e para além delas descansava ainda negro o céu onde as estrelas se estendiam cintilando.
A estalagem fora devorada pelas chamas, vira-a a desvanecer por entre o fogo, poderia ter sido tudo um sonho, se não estivessem ainda tão nítidas as suas memórias do que acontecera. E aquele sufocante odor a fumo... mas agora só lhe cheirava a natureza, e a iluminação era um pouco fraca, provavelmente apenas provinda de uma só e pequena chama.
Sentia dores pelo corpo todo, mas comovida pela curiosidade e ânsia, achou-se forte o suficiente para se levantar: ao mínimo esforço, sentiu os ossos a desabar e escapou-lhe um suspiro de dor.
- Já acordaste? - ouviu a voz triste, familiar e confortável do seu amigo Tevian. - Oh, ainda bem!
O rosto do jovem apareceu-lhe à frente, vago, depois cada vez mais e mais nítido até revelar a sua pele, ainda sem nenhum arranhão ou outra qualquer desgraça. Sentiu a mão dele sobre a sua testa, e teve que perguntar:
- Onde estamos, Tevian?
- Algures na floresta, tivemos sorte em cair sobre esta erva, suavizou a queda.
Agora que se apercebia, o chão era realmente macio. Reparou melhor nos olhos dele, húmidos de preocupação, mas ambos ainda viviam!, por isso retribuiu-lhe com um sorriso.
Voltou novamente a fazer pressão nos braços, e desta vez conseguiu sentar-se. Aparentemente, estavam no meio do nada, contornavam-nos apenas árvores e a escuridão por entre os troncos mais distantes, para a qual a pequena lareira, que faiscava quente ali pertinho dos seus pés, não conseguia dominar. Uma outra corrente de ar fez-se sentir, exaltando novamente as folhas; e a todos estes ruídos nesta descansada solidão juntou-se o de um mocho, distante mas presente.
- Quando amanhecer, partimos - interrompeu Tevian o breve silêncio que se instalara entre os dois.
- Eu sei... - suspirou estafada, e à medida que as palavras lhe tinham saído, uma suave tontura manifestara-lhe na mente. Haveria mais coisas para se preocupar, mas não tinha disposição para pensar - parecia tudo um esforço enorme.
- Eu não quero andar pela floresta com esta escuridão.
- Nem eu.
- Acho que vou manter-me de vigia.
- Mas Tevian, tu deves de estar tão cansado quanto eu...
- Não, eu acho mesmo que é melhor assim...
O sono e o cansaço tomou-a, e rendeu-se à vontade de se deitar. Voltou a ouvi-lo:
- Não te preocupes, chegaremos à capital a salvo...
O ar suspirou uma outra vez. Novamente as folhas agitaram-se e se amoleceram. O mocho manteve-se a dar vida ao local. O cansaço por fim pesou-lhe nas pálpebras dos olhos: uma escuridão envolveu-lhe: e ela sem forças se deixou levar."

Reflexão inesperada após ler Eça...

Sob as expectativas que Os Maias me deixaram em relação ao estilo Realista/ Naturalista do autor Eça de Queirós, peguei n'A Relíquia esperando algo semelhante (e em menor dose). O que obtive no fim foi uma experiência muito mais memorável da qual esperava: A existência da fantasia - e a mestria no seu uso!

Quem diria! Sempre vi o fantástico como uma fonte interminável de potencial para liberdade de expressão. Através da fantasia, um autor pode apresentar uma ideia ou tema ao seus leitores de uma maneira diferente à qual estes o esperariam, pondo-os a reflectir sobre a respectiva ideia ou tema; e reflectirem podem também os personagens quando são postos em cenários únicos como a fantasia consegue fazer e muito bem - principalmente no caso de cenários impossíveis de se concretizar na realidade.

Tal uso da fantasia acontece n'A Relíquia: o misterioso sonho do protagonista, em que este faz uma viagem ao passado e assiste a toda a hipocrisia e mentalidades da altura, detalhes que acabam por ter um papel importante nos temas principais da obra; e a consciência do protagonista que toma forma e fala com ele. Eventos que também seriam muito menos memoráveis se não fossem tão únicos.

Há quem goste de impor que a fantasia serve puramente para oferecer "entretenimento leve" e servir para "escapar da realidade". São pessoas que não pensaram muito no assunto, mas não os culpo por isso. Ou então são apenas gente sem imaginação. Paciência, nem todos têm as mesmas virtudes...
Mas alguns chegam até ao ponto de achar infantil qualquer pessoa que argumente a favor da sua utilidade para fins mais sérios, e aí temos um caso sério de gente que anseia por se sentir adulta (nah, só posso estar a brincar, alguma vez lhes passaria pela cabeça tal coisa!). Pena para estes que tal "regra" só está escrita nas suas cabecinhas e em mais lado nenhum. Se as cabecinhas de uns são "infantis", o que se poderá dizer destas? E em alguns casos é só para livros, o resto não! Sim, porque já vi certas pessoas que, quando é para filmes sérios, podem muito bem ter elementos fantásticos, é como se fosse a coisa mais natural do mundo. Se as cabecinhas de uns são "infantis", o que se poderá dizer destas?

...No entanto, foram graças a tais comportamentos que comecei a interessar-me mais - e procurar mais intensamente - obras literárias em que faziam uso da fantasia. Foi por isso que o Memorial do Convento me atraiu, por isso também a minha leitura d'A Relíquia acabou por me surpreender bem mais do que esperava, por tudo isto acabei por escrever esta mensagem.

E que tal uma narrativa simples?

Uma história simples e uma complexa, considerando que ambas têm igual qualidade, são as duas também de igual dificuldade de escrever.

Não parece, visto como algo mais complexo tende ter maior quantidade de detalhes. Mas muitos desses detalhes são secundários, e podem por isso ser eliminados sem qualquer perca do que é realmente necessário. É possível escrever algo bem expressivo, mas manter as coisas simples. Menos poderá ser mais, e através de eventos ou acções simples, podem surgir diversas e/ou complexas interpretações ou questões. E ai é quando se torna difícil de escrever tal tipo de história.

Porque gosto eu tanto de manter as coisas simples? Suponho que seja só por gosto. Acho uma enorme satisfação em ler, ouvir, ver ou jogar algo que é simples mas surpreendentemente efectivo (Não é que não aprecie coisas complexas, muito pelo contrário). E pensando nas vantagens da simplicidade... consegue tornar a história clara, memorável, e de fácil leitura. A única desvantagem que estou a ver é que poderá limitar bastante, mas isso só será um problema se uma pessoa se deixar obcecar pela ideia.

Embora uma boa alternativa seria, numa história complexa e detalhada, destacar bem os detalhes mais importantes, para assim ter tudo o que é essencial bem claro e memorável, mas manter na mesma toda a riqueza dos detalhes secundários.

Videojogos como Arte

“São os jogos arte?”

Há medida que a indústria dos videojogos se tem evoluído e expandido, afectando por consequência cada vez mais a nossa sociedade e cultura; esta questão tem-se tornado mais frequente.

Há quem concorde porque os jogos “não só englobam muitas das formas tradicionais de arte (texto, som, vídeo, imagem), como também juntam todas estas formas de uma maneira única através da interactividade.”; e há quem ache que esse argumento não chega, e chegue até a dizer que “obras artísticas têm que ter características individuais do autor, não podem ser trabalhos de equipa”, ou que “a própria natureza dos videojogos exige que o jogador faça escolhas, que é o oposto à estratégia de filmes e literatura séria, que requer controlo autoritário.”

Eu tenho uma opinião diferente em relação a este assunto. Concordo que os videojogos possam ser arte, mas acho que o conseguem sê-lo a partir da própria interactividade (a tal característica que define o género).

Foi o “Shadow of the Colossus” que me fez ver isto. Embora pareça um jogo bastante tradicional à primeira vista, com muito poucas cenas cinematográficas; o que acontece é que usa a própria jogabilidade para contar os cenários, como também para desenvolver a interacção entre personagens. Todos os sistemas de jogo estão devidamente estruturados para exprimir o que o autor quer, e até algo tão simples como os controlos ajudam na imersão do jogo.

Tal como a música ou o desenho podem narrar ou exprimir algo unicamente a partir do som e da imagem, sem ser necessário qualquer letra, um jogo pode faze-lo também unicamente a partir da interacção.

Concluindo a minha opinião, um jogo passa a ser arte no momento em que a jogabilidade transcende a sua definição normal e passa também a ser um meio de o autor “jogar” com os consumidores.

Comecemos pela introdução

Boas pessoal, e obrigado para aqueles que já se estão a apressar em mudar de página. Gosto muito de vocês todos.

Como podem ver, este é o meu blogue, mas há quem tenha um QI inferior a 30, daí que é sempre bom mencionar estes detalhes. E claaaaro, este blogue tem um título. À pois é. Um título que, devo de dizer, expressa muito bem a direcção para a qual quero levar este meu pequeno espaço.

É uma introdução breve, mas o que posso realmente prometer escrever? Ainda estou eu para o descobrir pessoalmente, por isso ficamos por aqui. Mas "Este blogue tem um título", realmente, já tem um título. É um começo.