“São os jogos arte?”
Há medida que a indústria dos videojogos se tem evoluído e expandido, afectando por consequência cada vez mais a nossa sociedade e cultura; esta questão tem-se tornado mais frequente.
Há quem concorde porque os jogos “não só englobam muitas das formas tradicionais de arte (texto, som, vídeo, imagem), como também juntam todas estas formas de uma maneira única através da interactividade.”; e há quem ache que esse argumento não chega, e chegue até a dizer que “obras artísticas têm que ter características individuais do autor, não podem ser trabalhos de equipa”, ou que “a própria natureza dos videojogos exige que o jogador faça escolhas, que é o oposto à estratégia de filmes e literatura séria, que requer controlo autoritário.”
Eu tenho uma opinião diferente em relação a este assunto. Concordo que os videojogos possam ser arte, mas acho que o conseguem sê-lo a partir da própria interactividade (a tal característica que define o género).
Foi o “Shadow of the Colossus” que me fez ver isto. Embora pareça um jogo bastante tradicional à primeira vista, com muito poucas cenas cinematográficas; o que acontece é que usa a própria jogabilidade para contar os cenários, como também para desenvolver a interacção entre personagens. Todos os sistemas de jogo estão devidamente estruturados para exprimir o que o autor quer, e até algo tão simples como os controlos ajudam na imersão do jogo.
Tal como a música ou o desenho podem narrar ou exprimir algo unicamente a partir do som e da imagem, sem ser necessário qualquer letra, um jogo pode faze-lo também unicamente a partir da interacção.
Concluindo a minha opinião, um jogo passa a ser arte no momento em que a jogabilidade transcende a sua definição normal e passa também a ser um meio de o autor “jogar” com os consumidores.